domingo, 16 de janeiro de 2011

Um corpo visível


Está nas livrarias a edição fac-similada de Corpo Visível, o primeiro poema de Mário Cesariny, com a chancela da Assírio & Alvim e promoção da Fundação Cupertino Miranda. A publicação surge no ensejo de Mário Cesariny – Encontros IV, evento realizado de 25 a 27 de Novembro de 2010 em Famalicão e promovido por aquela Fundação.

É um belíssimo livro de capa nívea a envolver as 16 páginas que o tempo tornou sépia. Publicado em 1950, nele irrompe a descoberta e a aventura da linguagem que Cesariny manteria em toda a sua obra de metamorfose, transgressão, caracterizada pela felina indisciplina de quem viveu a vida em todos os excessos e nos exortou: Ama como a estrada começa.
Garanto que este Corpo Visível provoca paixão imediata.

Extracto:
[…]
Começa a ouvir-se o canto da cigarra
sinal de que foi pisado o botão entre os limos
estão presentes ao acto todos os seres vivos e entre esses
aqueles que nos foram queridos
na maré límpida que nos impele sabe o polvo dos mares
até onde e se haverá regresso
em qualquer lado a última janela fotográfica
as mãos do faroleiro
como a locomotiva no seu túnel
mas não há senão o teu rosto o teu rosto o teu rosto ainda
e sempre o teu rosto
como é fácil como é belo
A Vida Inteira Meu Amor
SOMOS NÓS
[…] (p.p.9,10)

sábado, 1 de janeiro de 2011

30 anos de Gato Maltês

A soberba colecção Gato Maltês, da Assírio&Alvim, está a fazer 30 anos. Pelo zelo, argúcia e pertinência das escolhas destas três décadas, há que ter as orelhas espevitadas para não se perder nenhum título. Comprove-se com a excelsa "colheita" de 2010: Herberto Helder, Ruy Belo, Fialho de Almeida, Panaït Istrati, Eihei Dogen, Herman Melville e Jean Cocteau.


Ver mais sobre a colecção, no blogue da editora, Aqui.